A partir de julho de 2025, entra em vigor a nova política do governo federal que prevê a taxação de veículos elétricos (EVs) importados, por meio de alíquotas escalonadas de IPI e imposto de importação. A medida visa incentivar a produção nacional de EVs e conter a entrada massiva de modelos chineses, que vêm dominando o mercado com preços competitivos.
A decisão já está gerando repercussões entre montadoras, especialistas em mobilidade elétrica e consumidores, especialmente no momento em que o Brasil tenta acelerar sua agenda de descarbonização do setor de transportes.
O que muda com a taxação?
A política vai reverter a isenção fiscal que vinha beneficiando os carros elétricos desde 2015, adotando um cronograma de elevação gradual de impostos até 2026. O objetivo declarado é nivelar a competição e fomentar a indústria nacional de veículos elétricos, mas também proteger o mercado interno de uma invasão de modelos estrangeiros com alto volume de importação e baixa agregação local.
A taxação deve afetar principalmente:
- Modelos populares importados da China, como BYD Dolphin, GWM Ora e outros;
- Carros de entrada, hoje vendidos com incentivos, que podem ter aumentos significativos no preço final;
- Empresas de mobilidade e logística elétrica, que projetavam expansão com base em incentivos vigentes.
Impacto na indústria nacional
A medida tem viés estratégico para atrair fábricas e tecnologia para o Brasil, como mostra o recente movimento da BYD, GWM e Volkswagen em anunciar investimentos em linhas de produção locais.
No entanto, especialistas alertam que a indústria nacional ainda está engatinhando na produção de EVs, e que a retirada de incentivos antes de haver escala pode comprometer o crescimento do mercado e reduzir a competitividade brasileira no cenário global da eletromobilidade.
E o consumidor?
Com a nova taxação, a tendência é que os preços dos carros elétricos aumentem de forma significativa no curto prazo. Isso pode desestimular o consumidor médio, reduzir o ritmo da eletrificação da frota nacional e tornar os EVs novamente um item de nicho.
Além disso, há um risco de retração no setor de infraestrutura de carregamento e queda no volume de veículos elétricos comercializados em 2025 e 2026, até que o mercado volte a se ajustar.
Conclusão
A decisão do governo de taxar a importação de carros elétricos mira o fortalecimento da indústria nacional, mas traz impactos imediatos para o consumidor, a inovação e a agenda climática. O desafio será equilibrar proteção econômica e aceleração tecnológica sem perder o ritmo da transição energética no setor de mobilidade.