Energia Azul: Brasil propõe selo de certificação para energia marinha sustentável

O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou, em julho de 2025, a criação do selo “Energia Azul”, um novo instrumento de reconhecimento para projetos de geração de energia em ambiente marinho que sigam critérios ambientais rigorosos e práticas de sustentabilidade.

A iniciativa surge em meio à crescente atenção global à chamada economia azul, que visa aliar desenvolvimento econômico costeiro e oceânico com a preservação dos ecossistemas marinhos — e posiciona o Brasil na vanguarda das soluções energéticas sustentáveis em alto-mar.

O que é o selo “Energia Azul”?

O selo “Energia Azul” será uma certificação concedida a empreendimentos de geração offshore — como usinas eólicas no mar, hidrocinéticas, energia das ondas e correntes marítimas — que atendam a critérios como:

  • Redução de impactos em recifes, manguezais e áreas de reprodução de espécies;
  • Monitoramento contínuo de fauna e flora marinha com uso de tecnologias avançadas;
  • Integração com comunidades pesqueiras e costeiras;
  • Uso de tecnologias de baixo impacto e estruturas desmontáveis;
  • Compensações ambientais e relatórios de transparência periódicos.

O projeto está sendo desenvolvido com o apoio de universidades costeiras, centros de pesquisa ambiental e instituições ligadas à COP30, que ocorrerá em Belém (PA), em 2025.

Potencial estratégico do Brasil em energia offshore

Com mais de 7.400 km de costa atlântica e ventos constantes em alto-mar, o Brasil possui um dos maiores potenciais para desenvolvimento de energia eólica offshore no mundo. Estudos da EPE e do BNDES indicam um potencial técnico de mais de 700 GW, especialmente nos litorais do Nordeste, Sudeste e Sul.

No entanto, a expansão dessa fronteira energética exige regras claras, licenciamento ambiental eficiente e políticas que assegurem que o desenvolvimento não aconteça à custa da biodiversidade marinha.

Por que a certificação é importante?

  • Atrai investimentos verdes (ESG): Empresas globais e fundos sustentáveis estão cada vez mais exigindo comprovação de boas práticas ambientais.
  • Fortalece o marco regulatório: Ajuda a organizar a entrada de novos projetos offshore no país com padrões reconhecidos.
  • Evita conflitos socioambientais: Incentiva a participação de comunidades locais e o uso responsável dos recursos oceânicos.
  • Impulsiona inovação tecnológica: Estimula o uso de sensores, IA, drones submarinos e plataformas flutuantes mais sustentáveis.

Oportunidades para jovens e novos profissionais

A proposta do selo “Energia Azul” abre espaço para novas carreiras no setor energético, combinando competências técnicas com responsabilidade ambiental. Áreas com demanda crescente incluem:

  • Engenharia oceânica e offshore
  • Biologia marinha aplicada à energia
  • Georreferenciamento e sensoriamento remoto subaquático
  • Direito ambiental e políticas públicas costeiras
  • Consultoria ESG para projetos marítimos
  • Design de infraestrutura energética de baixo impacto

Além disso, o surgimento desse novo nicho traz oportunidades para estudantes em programas de pesquisa, extensão universitária e formação técnica voltada às energias renováveis offshore.

Conclusão

A certificação “Energia Azul” sinaliza um novo momento para a energia no Brasil — um em que crescimento econômico, inovação tecnológica e preservação ambiental caminham juntos. Para o país, representa uma chance de liderar a transição energética marinha. Para os jovens, uma oportunidade de construir carreiras alinhadas ao futuro do planeta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *