Créditos de Carbono: O que São, Como Funcionam e Sua Importância na Transição Energética

Os créditos de carbono são certificados digitais que representam a redução ou remoção de uma tonelada de CO₂ (ou equivalente de outros gases de efeito estufa). Criados no âmbito do Protocolo de Quioto (1997), eles se tornaram ferramenta global para incentivar ações ambientais e financiar a transição para uma economia de baixo carbono.

Como funcionam

O mecanismo é simples: um projeto — como reflorestamento, energia renovável ou eficiência energética — gera créditos correspondentes às emissões evitadas. Esses créditos podem então ser vendidos a empresas ou governos que precisam compensar suas próprias emissões .

Existem dois tipos de mercado: o voluntário, onde as empresas compram créditos como parte de estratégias ESG, e o regulado, previsto no Brasil com a criação do SBCE a partir da Lei 15.042/2024, um sistema que permitirá que setores com metas definidas adquiram créditos compensatórios.

Importância para a transição energética

Além de reduzir emissões, os créditos de carbono canalizam recursos para projetos sustentáveis — como energias renováveis, reflorestamento e conservação de biomas — fomentando inovação e a bioeconomia.

O Brasil, com sua vasta cobertura florestal e matriz energética limpa, tem potencial para liderar globalmente esse mercado. Além de gerar benefícios ambientais, o setor pode conquistar retornos econômicos, gerar empregos rurais e envolver populações tradicionais, que podem comercializar créditos em suas terras .

Desafios e transparência

No entanto, o mercado enfrenta desafios. Falhas em projetos voluntários — como casos de “carbon cowboys” na Amazônia, que geram créditos sem reduzir emissões reais — levantam questões sobre a qualidade e integridade desses ativos. Isso torna fundamental a adoção de boas práticas de verificação, com padrões reconhecidos como o Verified Carbon Standard (VCS), gerido pela Verra, que certifica mais de 1,3 bilhão de créditos globais.

O futuro no Brasil

Com o avanço do SBCE e a criação de um mercado regulamentado, que pode entrar em operação ainda nesta década, o Brasil está prestes a transformar os créditos de carbono em instrumento robusto de política climática e desenvolvimento sustentável. Estudos indicam que a economia brasileira pode crescer até 5,8% com o estímulo ao mercado doméstico e que milhões de toneladas de CO₂ poderão ser evitadas até 2040.

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