Areia Branca, no Rio Grande do Norte, tornou-se o epicentro da energia offshore no Brasil ao receber a primeira licença ambiental para a construção de uma planta-piloto de eólica offshore, conduzida pelo SENAI-RN e seu Instituto de Inovação em Energias Renováveis (ISI‑ER).
O projeto-piloto e sua importância
O projeto prevê a instalação de dois aerogeradores totalizando 24,5 MW a cerca de 4,5 km da costa, no trajeto do Porto‑Ilha de Areia Branca, a profundidades entre 7 e 8 m — locais considerados rasos, livres de recifes e áreas de pesca intensiva. Em estágio final de licenciamento pelo Ibama, o empreendimento tem previsão de entrada em operação entre 2027 e 2029 .
Impacto regulatório e ecológico
A licença representa um passo concreto após a aprovação da Lei nº 15.097/2025, que estabeleceu o marco jurídico para eólica offshore no Brasil. O projeto inclui estudos técnicos, ambientais e sociais — com diálogo contínuo com pescadores e comunidades locais — para avaliar influências em fauna marinha, ruídos, correntes oceânicas e segurança comunitária.
Desenvolvimento tecnológico e capacidades nacionais
Com uma abordagem inspirada por tecnologias europeias, a planta pretende acelerar o desenvolvimento de conteúdo local — empregando até 80 % de insumos nacionais . O SENAI também está lançando programas de pós-graduação e cursos de MBIs focados em energia offshore, visando formar gestores, técnicos e especialistas para essa nova fronteira energética.
Por que isso é relevante
- Pioneirismo nacional: é a primeira autorização de uma planta offshore no Brasil;
- Potencial renovável: consolida o RN como polo estratégico, aproveitando ventos favoráveis e proximidade de portos;
- Fomento econômico: cadeia produtiva local se expande com polos de engenharia, logística e operação;
- Modelo replicável: a planta servirá como referência para futuras unidades comerciais e investimentos no Brasil e no exterior.
Conclusão
A licença ambiental para a planta-piloto de eólica offshore em Areia Branca marca um divisor de águas para o setor no Brasil, trazendo tecnologia, inovação e sustentabilidade em um projeto estruturante. Estudantes, gestores e profissionais do setor devem acompanhar os próximos passos desse processo — leilões, operações industriais e pesquisa aplicada — que prometem transformar o panorama energético nacional.