O Balanço Energético Nacional (BEN) é o principal documento de análise do setor energético brasileiro, publicado todos os anos pela EPE em parceria com o MME. Com dados detalhados sobre oferta, transformação, consumo e importação/exportação de energia, o BEN serve como base para o planejamento de políticas e investimentos estratégicos.

Fonte: Balanço Energético Nacional 2020
Estrutura do BEN: oferta, transformação e consumo
O BEN apresenta três grandes blocos:
- Oferta interna bruta de energia: todas as fontes disponibilizadas no país (hidráulica, petróleo, gás natural, renováveis, carvão, importações).
- Atividades de transformação: transformação de energia primária em secundária (refino de petróleo, geração termelétrica, etc.).
- Consumo final por setor: uso da energia nos setores residencial, industrial, transporte, comércio e agropecuária.
Principais indicadores do BEN 2023
- A oferta interna bruta registrou crescimento de +3,6% em 2023, impulsionada pela expansão da oferta hídrica, maior participação de biomassa, solar e eólica, e queda do consumo de combustíveis fósseis.
- A matriz elétrica atingiu 89,2% de participação renovável, o maior índice em 20 anos.
- As emissões de CO₂ relacionadas ao setor energético cresceram cerca de 0,8%, refletindo um aumento da oferta energética, mas com substituição gradual por fontes limpas.
Como interpretar os dados
- Expansão da oferta: crescimento na oferta indica perspectivas favoráveis de demanda — útil para detectar setores de investimento.
- Transformação energética: observar os percentuais de geração termelétrica ou refino ajuda a entender as dependências de fontes fósseis.
- Consumo por setor: se o transporte cresce mais que a indústria, por exemplo, indica robustez e necessidade de políticas específicas para mobilidade.
- Emissões: cruzar dados de oferta com emissões mostra a velocidade da descarbonização da matriz energética.
Aplicações práticas do BEN
- Usar os dados para suportar estudos de viabilidade, projetos de energias renováveis e estratégias corporativas.
- Avaliar tendências de crescimento (geração eólica e solar, consumo industrial).
- Aprender sobre comportamento histórico e padrões de consumo/setores, fundamentais para pesquisa e ensino.