O Brasil acaba de alcançar um marco importante na indústria solar fotovoltaica: entre 2023 e 2025, a produção nacional de painéis solares cresceu 96%, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O avanço vem impulsionado, principalmente, pela alta demanda em geração distribuída (GD), projetos de usinas de grande porte e novos leilões públicos.
Esse crescimento expressivo mostra que o país está começando a desenvolver capacidade industrial própria, e não apenas a instalar sistemas com equipamentos importados. Segundo a Absolar, essa expansão visa reduzir a dependência de módulos asiáticos, especialmente da China, e aumentar a competitividade da indústria nacional no médio e longo prazo.
O que está puxando essa aceleração?
- Explosão da geração distribuída: consumidores, empresas e produtores rurais estão instalando sistemas fotovoltaicos próprios em ritmo recorde.
- Leilões de energia renovável: contratos firmes incentivam a nacionalização da cadeia.
- Novas fábricas no Brasil: empresas como BYD e Sengi Solar expandem unidades fabris.
- Pressão por segurança energética: crises geopolíticas e desafios logísticos globais impulsionam a busca por cadeias mais locais e resilientes.
Produção local x Importação: vale a pena?
Ainda que o Brasil avance, a indústria local enfrenta desafios, como o custo mais alto frente à concorrência asiática, falta de incentivos específicos e infraestrutura limitada. Mas especialistas apontam que estimular a fabricação nacional traz benefícios como:
Geração de empregos qualificados
Transferência de tecnologia
Maior autonomia energética
Fortalecimento da transição energética nacional
E o futuro?
Com o novo marco legal da GD, maior integração entre indústrias locais e universidades e políticas públicas focadas na descarbonização, o Brasil pode se tornar referência regional na produção de tecnologias solares. Para isso, será fundamental garantir escala, inovação e apoio regulatório contínuo.