A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, será realizada em Belém (PA) — a primeira vez que um país da América do Sul sedia o evento em uma capital da Amazônia. A escolha coloca o Brasil em destaque no cenário internacional, sobretudo nas discussões sobre transição energética, sustentabilidade e justiça climática.
Oportunidade de protagonismo global
O Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo: cerca de 45% da energia primária nacional é proveniente de fontes renováveis, frente a uma média global em torno de 14%. Essa característica, aliada ao avanço em tecnologias como hidrogênio verde, biocombustíveis avançados, e novos projetos em energia solar, eólica onshore e offshore, amplia o potencial do país como referência na agenda climática.
A realização da COP30 no Brasil oferece a chance de:
- Reforçar compromissos internacionais de neutralidade de carbono;
- Atrair investimentos verdes e fomentar inovação tecnológica;
- Promover debates sobre a transição energética com foco em inclusão social e desenvolvimento regional.
Pontos de atenção e entraves
Apesar dos avanços, o setor energético brasileiro enfrenta desafios estruturais. Entre os principais:
- Atrasos em obras de transmissão, que afetam a expansão das renováveis;
- Pobreza energética, que limita o acesso a energia de qualidade em comunidades vulneráveis;
- Instabilidade regulatória, que preocupa investidores e empresas;
- Discussões sobre novas fronteiras de exploração de petróleo, como a região da Foz do Amazonas, que geram atenção internacional sobre compatibilidade com metas climáticas.
O Brasil também convive com uma crise de liquidez em empresas do setor solar e eólico, resultado de aumento de custos, disputas tributárias e mudanças nas regras de compensação de energia.
Participação da sociedade e papel da juventude
A COP30 não será apenas um encontro entre governos. Acadêmicos, estudantes, ONGs, startups e comunidades locais devem participar dos eventos paralelos e fóruns temáticos.
Iniciativas como programas de capacitação em energias renováveis, extensão universitária em eficiência energética e projetos comunitários em bioenergia podem servir como exemplo de como o Brasil integra conhecimento técnico, inclusão social e inovação.
O que observar nos próximos meses?
A preparação para a COP30 deve ser acompanhada por quem atua ou deseja ingressar no setor energético. Questões centrais incluem:
Qual será o papel do setor elétrico e de biocombustíveis nas propostas nacionais?
Como o Brasil vai equilibrar metas de descarbonização com interesses do setor fóssil?
Haverá avanços na regulação e infraestrutura de transmissão?
Quais compromissos serão firmados com foco em neutralidade climática e desenvolvimento sustentável?