Cresce a demanda por profissionais com conhecimento em armazenamento e baterias no setor elétrico

Com o avanço da transição energética no Brasil e no mundo, cresce de forma acelerada a procura por profissionais especializados em tecnologias de armazenamento de energia, especialmente em baterias aplicadas ao setor elétrico. Essas soluções — fundamentais para garantir a estabilidade da rede e integrar fontes intermitentes como solar e eólica — abriram uma nova frente de oportunidades de carreira, que vai muito além da engenharia tradicional.

O que impulsiona essa demanda?

A expansão de sistemas BESS (Battery Energy Storage Systems) no Brasil acompanha o movimento global por uma matriz elétrica mais flexível, resiliente e descarbonizada. Esses sistemas são peças-chave para armazenar o excedente de geração renovável e distribuí-lo quando a demanda aumenta ou a produção cai, garantindo eficiência energética e segurança no fornecimento.

Além disso, projetos-piloto de baterias já estão em curso em estados como Rio Grande do Norte, São Paulo e Ceará — com apoio de empresas como Neoenergia, Cemig e Enel Green Power. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) também reconheceu o armazenamento como infraestrutura estratégica, o que pode gerar novos leilões e investimentos nos próximos anos.

Quais são os perfis mais procurados?

A tendência é de valorização de talentos com formação híbrida, que combinem domínio técnico com habilidades em inovação e sustentabilidade. As funções mais promissoras incluem:

  • Engenheiros de baterias (química, elétrica ou materiais), com foco em desenvolvimento, testes e instalação de sistemas;
  • Técnicos e analistas de manutenção de sistemas BESS;
  • Especialistas em integração de baterias com redes inteligentes e energias renováveis;
  • Profissionais de regulação e mercado, capazes de modelar contratos e precificação de armazenamento;
  • Gestores de projetos de armazenamento e eficiência energética.

Conhecimentos em química de materiais, engenharia de energia, eletroquímica, automação, Power BI, Python, digital twins e normas de segurança elétrica são cada vez mais valorizados.

Onde se capacitar?

Diversas instituições já oferecem capacitação:

  • SENAI: cursos técnicos voltados para energias renováveis e sistemas de armazenamento;
  • UFSC, USP e UFABC: linhas de pesquisa em eletroquímica, baterias de estado sólido e simulação de sistemas elétricos com BESS;
  • Plataformas como Coursera, EdX e FutureLearn: formações online com foco em baterias, redes inteligentes e IoT para energia;
  • Programas de pós-graduação e MBAs em transição energética e tecnologias limpas.

Oportunidades além do Brasil

Com a explosão global dos projetos de armazenamento — como o Hornsdale Power Reserve na Austrália ou os mega BESS da Tesla nos EUA —, profissionais qualificados também encontram espaço em empresas multinacionais que atuam no Brasil ou remotamente em projetos internacionais.

Conclusão

Seja em usinas híbridas, redes inteligentes, mobilidade elétrica ou microrredes, o armazenamento de energia é um dos pilares da nova matriz elétrica brasileira. E com ele surge um campo vasto de oportunidades para estudantes e profissionais dispostos a mergulhar em tecnologias de ponta, com impacto direto na construção de um futuro mais sustentável.

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