Nos últimos anos, o Brasil se consolidou como uma das principais potências em geração de energia renovável no mundo. Com destaque para as fontes eólica e solar, o país vem atraindo investimentos e liderando iniciativas voltadas à descarbonização da matriz energética. No entanto, em 2025, esse setor enfrenta sua maior instabilidade desde o início de sua expansão há duas décadas.
O que está acontecendo?
A rápida expansão das fontes renováveis trouxe benefícios inegáveis, como menor emissão de gases de efeito estufa e diversificação da matriz. No entanto, também revelou gargalos estruturais que hoje pressionam a sustentabilidade econômica do setor. Entre os principais desafios estão:
- Superoferta de energia em determinados horários: especialmente durante o dia, com a alta geração solar, o que gera desequilíbrios no sistema e afeta a rentabilidade dos geradores.
- Falta de infraestrutura de transmissão: muitas usinas eólicas e solares estão localizadas em áreas remotas, longe dos grandes centros consumidores, e dependem de linhas de transmissão ainda em construção ou saturadas.
- Mudanças regulatórias e incertezas políticas: revisões em subsídios, leilões e tarifas vêm causando insegurança para investidores e empreendedores.
Impactos visíveis
Empresas tradicionais do setor, como a 2W Ecobank, já enfrentam dificuldades financeiras. Algumas reduziram operações, demitiram funcionários ou até entraram com pedidos de recuperação judicial. A instabilidade afeta também o ritmo de novos projetos e compromete metas de transição energética a curto e médio prazo.
Há solução?
Sim, mas ela passa por ação coordenada entre governo, setor privado e órgãos reguladores. É essencial:
- Investir em infraestrutura de transmissão e armazenamento de energia;
- Aprimorar os modelos de comercialização e precificação da energia;
- Criar um ambiente regulatório estável e transparente;
- Apoiar a integração das renováveis ao sistema elétrico com tecnologias inteligentes.
Por que isso importa?
A crise atual não significa o fracasso das renováveis, mas sim um alerta: crescimento rápido exige planejamento robusto. Entender os desafios do setor é fundamental para garantir que o Brasil continue liderando a transição energética de forma justa, eficiente e sustentável.