Eólica Onshore vs. Offshore: Diferenças, Vantagens e o Potencial Brasileiro em Cada Modalidade

O Brasil se firmou como gigante da eólica onshore, com cerca de 23 GW instalados em 2022 e crescimento médio de 2 GW ao ano. Já a eólica offshore, ainda em fase inicial, reúne um destaque especial no radar energético nacional: estima-se um potencial técnico superior a 700 GW, podendo ultrapassar até 1 200 GW, superando em muito a capacidade eólica terrestre.

Diferenças entre onshore e offshore

Custos e infraestrutura
A onshore utiliza fundações de concreto e terrenos mais acessíveis, tornando-se uma opção mais barata e com logística simples. Já a offshore exige fundações especiais (pilares, jackets, plataformas flutuantes), além de embarcações e estruturas marítimas — encarecendo tanto a implantação quanto a manutenção.

Eficiência e produtividade
Turbinas offshore operam com ventos mais constantes e intensos, resultando em fatores de capacidade que podem ultrapassar 50%. Em comparação, a média no Brasil onshore é de 45–50 %, com picos de até 60 % no Nordeste. Isso faz com que, mesmo mais caros, os parques offshore possam gerar energia mais previsível e eficiente.

Vantagens específicas

  • Onshore: rápida implantação, menor investimento inicial, aproveitamento da malha elétrica existente. Já são realidade no Brasil, gerando mais de 29 GW atualmente.
  • Offshore: ventos ideais, proximidade de centros consumidores, potencial gigawatt escalável — previsão de 4–96 GW até 2050, dependendo do cenário. Acrescenta segurança energética e reduz intermitência da matriz.

Potencial brasileiro e os desafios

O mapa do potencial inclui Nordeste, Sudeste e Sul, com destaque para estados como RN, CE, RJ e RS. O relatório do Banco Mundial/DNV projeta até 96 GW offshore no cenário ambicioso, mais relevante quando combinados com expansão onshore.

Entretanto, barreiras existem:

  • Regulação atrasada: a lei para leilões marítimos só foi sancionada em janeiro de 2025, criando um marco para viabilizar projetos.
  • Infraestrutura marítima: portos, cabos submarinos e serviços especializados ainda são limitados.
  • Logística e meio ambiente: desafios nas licenças, impacto em fauna marinha e ajustes de espaço marítimo requerem atenção.

Estratégias para potencializar o setor

  • Estímulo à pesquisa e capacitação técnica, especialmente para profissionais offshore.
  • Planejamento conjunto entre leilões de transmissão e energia para minimizar custos de conexão.
  • Incentivo à indústria nacional de componentes, aproveitando expertise do offshore de petróleo e gás.

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