Com a busca por soluções mais descentralizadas e resilientes para o setor elétrico, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) voltaram a ganhar espaço no planejamento energético brasileiro. Após anos de menor protagonismo, esses empreendimentos agora atraem atenção graças à redução dos custos de automação e digitalização, além de vantagens operacionais e ambientais em relação a grandes barragens.
Por que as PCHs estão ressurgindo?
Nos últimos anos, a modernização tecnológica permitiu que PCHs se tornassem mais eficientes, controláveis remotamente e integráveis ao sistema elétrico nacional, mesmo operando em regiões remotas. Com menor impacto ambiental e tempo de licenciamento mais curto, elas se posicionam como solução intermediária entre grandes usinas e geração distribuída.
Outros fatores que impulsionam esse ressurgimento:
- Menor alagamento e impacto social comparado às hidrelétricas convencionais;
- Aproveitamento de quedas d’água locais em rios de médio porte;
- Descentralização energética como estratégia para segurança do sistema;
- Incentivos regulatórios e regimes especiais para CGHs (até 5 MW).
Onde estão os maiores potenciais?
O destaque atual está nas regiões Centro-Oeste e Norte, onde há rios com perfil favorável e uma malha energética ainda carente de geração distribuída e backup local. Essas áreas também se beneficiam de menor competição com usinas solares ou eólicas, especialmente em zonas de difícil conexão com grandes linhas de transmissão.
PCHs e a matriz energética renovável
Embora não sejam isentas de desafios — como interferência em ecossistemas aquáticos e custos iniciais relativamente altos —, as PCHs oferecem uma alternativa de base firme para complementar fontes intermitentes como solar e eólica. Em muitos casos, podem operar em sistemas híbridos com baterias ou outras renováveis, aumentando a estabilidade da rede.
Além disso, a modernização do setor elétrico tem favorecido a digitalização e a operação remota, reduzindo a necessidade de estruturas físicas complexas e facilitando o gerenciamento à distância.
Conclusão
As Pequenas Centrais Hidrelétricas representam uma oportunidade estratégica para diversificar a matriz elétrica com baixo impacto e alta confiabilidade. Com o avanço da automação e os novos desafios da descentralização energética, as PCHs voltam a ocupar espaço no planejamento energético do país — especialmente em áreas que buscam segurança energética e flexibilidade.