O hidrogênio verde, produzido por eletrólise da água com energia limpa, desponta como vetor chave na transição energética global. No Brasil, com sua matriz majoritariamente renovável, o H₂V se destaca como solução promissora para descarbonizar setores difíceis de eletrificar — como industriais, transportes pesados e aviação.
Fonte: Lumus Engenharia – “Hidrogênio Verde: a energia do futuro”
Como é produzido?
A eletrólise separa a água em hidrogênio e oxigênio, desde que a energia seja 100% renovável. Estimativas da IEA indicam que, em 2022, o custo global da produção caiu para até US$ 1,60/kg em locais com excelente radiação, com expectativa de novos recordes até 2030. Estudos nacionais apontam que, ainda em 2030, o Brasil pode produzir H₂V a cerca de US$ 1,70/kg 🇧🇷.
Principais aplicações
- Indústria pesada: substituição do gás fóssil na produção de amônia, metanol, aço e cimento — parte de uma estratégia de industrialização de baixo carbono.
- Transporte pesado: caminhões, ônibus, navios e aviões alimentados por células de combustível oferecem autonomia e reabastecimento rápido.
- Armazenamento energético: o H₂V pode funcionar como bateria de longa duração, garantindo fonte estável para energia renovável.
- Exportação: hubs como Pecém, Açu e Suape estão se estruturando para exportar amônia verde e hidrogênio líquido rumo à Europa.
Principais desafios
- Infraestrutura e logística: gasodutos, armazenamento e transporte representam até três vezes o custo da produção.
- Marco regulatório: embora avanços legislativos tenham ocorrido, ainda falta detalhamento técnico sobre certificação, transporte e segurança.
- Capacitação profissional: o país precisa de especialistas em engenharia, química, renováveis e logística, e já investe em formação por meio de ONGs e universidades .
Brasil como protagonista global
Com abundância de solar, eólica e hidrelétrica, o país pode produzir até 1,8 bilhão de toneladas por ano, sendo cerca de 90% com fonte renovável. O PNH₂ já mobiliza mais de US$ 30 bilhões em projetos, e a Lei nº 14.948/2024 formalizou incentivos fiscais e certificação para hidrogênio de baixa emissão. Graças aos 85% de matriz renovável, o país tem condições privilegiadas para se tornar potência de H₂V, com potencial de arrecadar até US$ 800 bi e atrair US$ 200 bi em investimentos até 2040. O Programa Nacional de Hidrogênio Verde (PNH₂), as leis do setor e parcerias internacionais já pavimentam esse caminho.
