Com a publicação da Medida Provisória nº 1.304/2025, o Brasil dá um passo importante para destravar gargalos históricos no setor de gás natural. A proposta do governo é aumentar a competitividade, atrair investimentos privados e diversificar o uso do gás natural na indústria, transporte e geração térmica.
Entre os principais pontos da MP, estão:
- Novas regras de remuneração para acesso à infraestrutura de transporte de gás;
- Incentivos à construção de gasodutos em regiões estratégicas;
- Reforço na atuação da União e da ANP na regulação do mercado;
- Estímulos para o gás como insumo de transição energética, principalmente no setor industrial.
Com isso, espera-se maior movimentação no setor, inclusive com aumento de contratação de especialistas em regulação, engenharia de dutos, estudos de viabilidade, comercialização e sustentabilidade.
Onde estão as oportunidades para quem está se formando ou começando na área?
Apesar de a MP ainda estar em fase inicial de regulamentação, a tendência é que grandes empresas e órgãos públicos se movimentem nos próximos meses. Já é possível identificar quatro grandes áreas que devem demandar profissionais capacitados:
1. Regulação e políticas públicas
- Atuação em órgãos como ANP, MME, BNDES, EPE e secretarias estaduais;
- Apoio à formulação de marcos regulatórios;
- Monitoramento de impacto social e ambiental de projetos.
Formações indicadas: Direito, Economia, Políticas Públicas, Engenharia de Energia, Regulação de Serviços Públicos.
2. Engenharia de infraestrutura e operação
- Projetos de dutos, terminais de regaseificação e plantas de tratamento de gás;
- Integração com térmicas e sistemas de cogeração.
Formações indicadas: Engenharia Química, Engenharia de Petróleo e Gás, Engenharia Mecânica, Engenharia de Processos, Engenharia Civil com foco energético.
3. Finanças e modelagem energética
- Avaliação de viabilidade econômica de novos gasodutos e parcerias público-privadas;
- Modelos de precificação e risco no setor de gás.
Formações indicadas: Engenharia de Produção, Administração, Economia, MBA em Energia, Finanças Verdes.
4. Sustentabilidade e transição energética
- Análise de emissões associadas ao uso do gás como combustível de transição;
- Projetos de descarbonização industrial com uso do gás em substituição ao carvão;
- Integração entre gás natural e hidrogênio azul.
Formações indicadas: Engenharia Ambiental, Engenharia de Energia, Relações Internacionais com foco em clima, ESG.
Como se preparar para esse novo mercado?
Faça cursos complementares, como:
- Regulação de Gás e Petróleo – FGV Energia, PUC-Rio, IBP, ENAP;
- Planejamento Energético e Modelagem de Projetos – EPE, IEE-USP, Enap Energia;
- Finanças para Energia e Infraestrutura – BNDES Academy, CEBRI, BID Invest.
Acompanhe fontes estratégicas e esteja nos eventos certos:
- Gas Summit Brasil (IBP)
- Fórum Brasileiro de Gás Natural
- Energy Pool
Conclusão
A nova MP do gás não só reposiciona o papel estratégico dessa fonte energética no Brasil, como também cria novas trilhas de carreira para quem está entrando no setor. De políticas públicas a engenharia aplicada, há espaço para talentos multidisciplinares que queiram atuar com inovação, transição e infraestrutura energética.
Oportunidade e preparo precisam andar juntos — e o momento de se posicionar é agora.