O que muda com o novo teor de etanol na gasolina? Veja os impactos ambientais e econômicos

A partir de agosto de 2025, a gasolina vendida nos postos brasileiros passará a conter 30% de etanol anidro em sua composição — um aumento significativo em relação aos 27% anteriores. A decisão foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) como parte das estratégias para ampliar o uso de biocombustíveis e reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor de transportes.

A medida acompanha também o aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel fóssil, que passará de 14% para 15% no mesmo período.

Quais são os impactos ambientais e econômicos?

Redução das emissões:
Com maior volume de etanol na composição da gasolina, espera-se uma queda significativa na intensidade de carbono do combustível utilizado pelos veículos leves. O etanol, produzido principalmente da cana-de-açúcar no Brasil, é considerado um combustível renovável com ciclo de carbono mais equilibrado, contribuindo para a meta de descarbonização do setor de transportes.

Mais incentivo ao agronegócio:
A elevação do teor estimula diretamente a cadeia produtiva de cana-de-açúcar e milho, ampliando a demanda por etanol e gerando mais oportunidades para produtores rurais, indústrias sucroenergéticas e biorefino.

Preços e oferta no radar:
Apesar do ganho ambiental, o aumento da mistura levanta desafios. O abastecimento contínuo de etanol depende de boas safras e de uma logística eficiente de distribuição. Se houver desequilíbrio entre oferta e demanda, o preço do combustível pode oscilar, afetando diretamente o consumidor final.

Compatibilidade dos motores:
Veículos flex já são preparados para funcionar com altas concentrações de etanol, mas especialistas recomendam atenção em modelos antigos que não tenham sido projetados para o novo padrão, ainda que o risco de impacto negativo seja baixo.

Impactos no mercado de carbono:
O uso mais intenso de biocombustíveis poderá ampliar a participação do Brasil no mercado global de créditos de carbono, com empresas e setores utilizando a redução de emissões para gerar ativos ambientais e atrair investimentos em sustentabilidade.

Conclusão

A decisão de aumentar o teor de etanol na gasolina é mais do que uma medida técnica: trata-se de uma ação estratégica que une política energética, incentivo à agricultura, inovação e compromisso com o meio ambiente. Para quem atua ou deseja atuar no setor de energia, entender os desdobramentos dessa mudança é essencial para acompanhar os rumos da transição energética no Brasil

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