Os Desafios e Oportunidades da Energia Nuclear no Brasil: Um Olhar para o Futuro

A energia nuclear representa cerca de 3% da matriz elétrica brasileira, com as usinas Angra 1 e 2 abastecendo cerca de 40% do consumo do Rio de Janeiro. A retomada da obra de Angra 3, com capacidade projetada de 1.405 MW e 66% de conclusão, está prevista para entrar em operação em 2026.

Potencial e impactos econômicos

O Brasil possui a sétima maior reserva de urânio do mundo e lidera em produção de radioisótopos, com uso agrícola e médico. A conclusão de Angra 3 representaria um acréscimo significativo de geração firme, oferecendo estabilidade para complementar a intermitência das renováveis. Além disso, novas parcerias — como a cooperação com a Rosatom e acordos previstos com a França — visam impulsionar o desenvolvimento da cadeia de combustível e dos reatores de pequena escala (SMRs).

Desafios a enfrentar

  • Financiamento: o elevado custo inicial e a necessidade de investimento público robusto são barreiras lembradas pela AIE — que classifica a nuclear como fonte firme e estratégica, mas de alto custo .
  • Resíduos radioativos: requerem armazenamento seguro e de longo prazo, com regulamentações rígidas para evitar contaminação.
  • Segurança e aceitação pública: ainda há estigma por desastres históricos, embora a tecnologia de reatores modernos e protocolos de segurança já tenha evoluído muito.

Inovação e futuro

A CNEN lançou em 2025 o Programa Nuclear Brasileiro com metas até 2060, prevendo o desenvolvimento de Angra 3, reator multipropósito (RMB), SMRs e melhoria do ciclo de combustível. O país também avança em microrreatores para atender localidades remotas, atendendo a demandas como de hospitais e bases isoladas.

O papel estratégico da fonte nuclear

A energia nuclear complementa fontes renováveis por prover eletricidade constante, sem CO₂ e com capacidade de longo prazo. Em rede com solar, eólica e armazenamento, ela reforça a segurança energética de forma sustentável. Internacionalmente, a AIE e a CNEN afirmam que seguir essa estratégia exige perspectiva de longo prazo e alinhamento entre governo, pesquisa e iniciativa privada.

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