Você já ouviu falar em CCS (Carbon Capture and Storage), ou captura e armazenamento de carbono? Essa tecnologia vem ganhando destaque global nas estratégias para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Mas onde ela já é realidade? Países como Canadá, Noruega e Austrália estão na vanguarda, com projetos que provam que é possível capturar CO₂ e devolvê-lo de forma segura ao subsolo.
Boundary Dam – Canadá
Localizado em Saskatchewan, o Boundary Dam é o primeiro projeto de CCS integrado a uma usina termelétrica a carvão. Desde 2014, já capturou mais de 5 milhões de toneladas de CO₂, que são armazenadas em formações geológicas profundas. Uma parte também é utilizada para recuperação avançada de petróleo (EOR). O projeto é considerado um marco tecnológico em larga escala.
CarbonFix – Noruega
A Noruega tem se consolidado como referência em captura e armazenamento offshore. O CarbonFix é um dos pilares do esforço nacional para desenvolver uma cadeia completa de CCS, desde a captura industrial até o transporte e o armazenamento em reservatórios no Mar do Norte. Esse modelo norueguês é considerado estratégico para descarbonizar a Europa, com projetos como Northern Lights e planos para uma infraestrutura internacional de carbono.
Gorgon – Austrália
O Gorgon Project, liderado pela Chevron, é atualmente o maior projeto de CCS em operação. Situado em Barrow Island, integra uma planta de gás natural liquefeito (GNL) e já capturou mais de 9 milhões de toneladas de CO₂. O gás é injetado em rochas salinas profundas — uma das soluções mais seguras e duráveis conhecidas até hoje.
E o Brasil?
O Brasil ainda está em fase inicial no CCS, mas já possui movimentos promissores, como os projetos de injeção de CO₂ no pré-sal pela Petrobras, especialmente na Bacia de Santos, além de estudos para aplicação da tecnologia em bioenergia (BECCS). À medida que o mundo avança nessa agenda, o Brasil pode se tornar protagonista — especialmente com apoio técnico, regulação clara e financiamento verde.
Conclusão
Os projetos de CCS ao redor do mundo mostram que é possível transformar o carbono em ativo estratégico, e não apenas passivo ambiental. Aprender com casos como Noruega, Canadá e Austrália pode ajudar o Brasil a desenvolver soluções próprias e entrar com mais força na economia de baixo carbono.