Primeira Planta de Hidrogênio Verde de Bioetanol: Marco na Transição Energética Brasileira

Em 20 de junho de 2025, o Brasil avançou decisivamente na transição energética com a inauguração da primeira planta de hidrogênio verde a partir de bioetanol, resultado de parceria entre a USP e o RCGI. Com investimento de R$ 50 milhões, o consórcio reúne Shell Brasil, Raízen, Hytron, SENAI CETIQT, Toyota, Hyundai e Marcopolo.

Como funciona essa inovação

A tecnologia empregada é o steam reforming do etanol: o bioetanol reage com vapor em alta temperatura, liberando hidrogênio, enquanto o CO₂ gerado é biogênico, compensado pelo ciclo da cana-de-açúcar. Com capacidade de 100 kg/dia, a planta abastece três ônibus e dois veículos leves — como o Toyota Mirai e o Hyundai Nexo — operando em São Paulo.

Por que essa alternativa é estratégica?

  • Logística facilitada: o bioetanol utiliza a infraestrutura existente de transporte em postos, evitando os custos e riscos do hidrogênio puro.
  • Economia de escala e custo: pesquisa indica que o preço do hidrogênio verde via bioetanol (R$ 6‑9/kg) pode ser competitivo diante do hidrogênio por eletrólise (até US$ 13/kg na Califórnia).
  • Potencial industrial: além da mobilidade, setores como aço, cimento e fertilizantes podem se beneficiar dessa tecnologia.

Impacto para o futuro energético

  • A planta piloto contribui para validar o modelo logístico e tecnológico, abrindo caminho para replicação em larga escala em outras regiões.
  • Fortalece a posição do Brasil como referência global em hidrogênio verde, aproveitando sua robusta cadeia do bioetanol.
  • Gera dados usados para avaliar eficiência, custos e escalabilidade, preparando o setor para futuras aplicações industriais e comerciais .

Conclusão

O lançamento da planta USP‑RCGI representa uma inovação real e pragmática na produção de hidrogênio verde. Ao reutilizar a infraestrutura existente de bioetanol, o Brasil potencializa seu papel de liderança na transição energética, diminuindo custos logísticos e ampliando o alcance do hidrogênio renovável. O projeto já mobiliza setores industriais e mobilidade, abrindo portas para soluções de baixo carbono em escala nacional.

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