Com o avanço de projetos offshore e o surgimento de políticas como o selo “Energia Azul”, o Brasil começa a vivenciar a consolidação de um novo perfil profissional no setor: o especialista em energia marítima. Esse profissional atua na interface entre engenharia, meio ambiente e tecnologia aplicada ao oceano, sendo cada vez mais requisitado em projetos de geração energética em alto-mar.
O que faz um especialista em energia marítima?
É um profissional responsável por viabilizar, acompanhar e otimizar projetos que utilizam o mar como fonte de energia — especialmente em áreas como:
- Eólica offshore
- Energia das ondas e marés
- Correntes oceânicas
- Hidrogênio verde com base em energia marinha
Suas atribuições variam de acordo com a formação e o campo de atuação, podendo envolver:
Planejamento e instalação de turbinas eólicas offshore
Estudos de impacto ambiental e licenciamento costeiro
- Modelagem hidrodinâmica e análise de ventos e marés
- Desenvolvimento de novas tecnologias flutuantes
- Monitoramento da fauna e flora marinha
- Integração com comunidades costeiras e stakeholders
Formação recomendada
O perfil ainda é novo no Brasil, mas profissionais de diversas formações já estão se adaptando ou migrando para essa área. Algumas bases acadêmicas promissoras incluem:
- Engenharia Naval e Oceânica
- Engenharia Ambiental e Energias Renováveis
- Oceanografia e Geociências Marinhas
- Engenharia Mecânica ou Elétrica com ênfase em offshore
- Biologia Marinha (voltada à análise de impactos)
- Direito Ambiental e Políticas Públicas
Muitos desses cursos já oferecem disciplinas voltadas a energias renováveis e sustentabilidade, e algumas instituições começam a criar grupos de pesquisa ou extensão universitária voltados ao tema.
Por que essa carreira está crescendo?
A demanda é puxada por múltiplos fatores:
- A aprovação de leis e diretrizes para energia offshore no Brasil;
- Os leilões de áreas marítimas para exploração eólica;
- A alta disponibilidade de recursos naturais (ventos, marés e sol em alto-mar);
- O interesse de empresas nacionais e estrangeiras em investir no litoral brasileiro;
- A necessidade de monitoramento ambiental rigoroso para obter licenciamento.
Segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), o Brasil tem potencial técnico superior a 700 GW em energia eólica offshore — o que pode impulsionar milhares de empregos nos próximos anos.
Oportunidades para jovens e recém-formados
Esse novo segmento abre caminho para que jovens profissionais atuem em:
- Consultorias ambientais especializadas
- Empresas de engenharia offshore
- Startups de energia azul e tecnologia oceânica
- Agências reguladoras e órgãos públicos
- Projetos de pesquisa científica com foco em inovação marinha
Estudantes que se interessam por sustentabilidade, inovação e tecnologias limpas podem encontrar nesse setor um campo de atuação desafiador, multidisciplinar e de impacto global.
Conclusão
O especialista em energia marítima representa um perfil de carreira do futuro, especialmente em um país como o Brasil, com vasto litoral e alto potencial para fontes renováveis offshore. Para quem deseja unir tecnologia, meio ambiente e transição energética, essa pode ser uma jornada promissora e estratégica.